O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, comemora este ano aproximadamente um século, desde as primeiras idéias de sua instauração. Muitas são as razões e fatos históricos que inspiraram a criação do dia, tanto no oriente como no ocidente, ligados aos maus tratos às mulheres, especialmente, trabalhadoras. Daí pra cá muita coisa mudou ou nem tanto...
Nestes cem anos lutamos por igualdade. Igualdade de direitos, igualdade de pensamentos, igualdade de oportunidades. E depois de muitos sutiãs queimados, muitas vozes silenciadas, muitos corpos espancados conseguimos votar, estudar, trabalhar, falar, gritar, dançar, transar, enfim, sermos quem queríamos ser. Encurtamos as saias, cortamos os cabelos, vestimos as calças, saímos de casa, pegamos os cigarros, dirigimos nossos carros tudo igualzinho a eles, os modelos da dinâmica da vida moderna – os homens. Sim, nos igualamos (ou quase), até nas doenças cardíacas, antes reservadas somente a eles, como revelou o censo da saúde da mulher deste ano. Mas, então, o que falta?
Parece que agora, cem anos depois, precisamos traçar o caminho exatamente inverso: nossa diferença. E isto não se resume a ter um dia, entre os trezentos e sessenta e cinco restantes, dedicado a nós. O Dia é um ótimo motivo para se comemorar e relembrar nossas conquistas até aqui, mas é também para irmos além, para botarmos lenha na fogueira e fomentar a discussão acerca do papel da mulher e do feminino na sociedade. Não pela igualdade em pé de guerra com os homens, mas exatamente pela nossa alteridade, pela nossa identidade e diferença. Antes buscamos o direito de ser quem queríamos ser. Hoje buscamos o direito de ser quem somos.
Não somos iguais em essência ou existência, não somos iguais fisiológica nem culturalmente. A mulher que opta por ser mãe, por exemplo, deveria poder amamentar seu filho exclusivamente até os 6 meses com tranqüilidade, sem prejuízo de seu salário ou emprego. Mas o que se vê, na maioria dos casos, é uma licença maternidade de 4 meses e mães que acabam substituindo o leite materno pelo leite artificial por conta de um mercado de trabalho que não atende a sua necessidade de mãe/mulher. É bom lembrar também que a lei ampara as mulheres contra a violência sofrida tem somente 4 anos desde que foi criada e ainda é alvo de deboche para aqueles que acham que “ela fez por merecer” ou “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Continuamos, em pleno século XXI, culpando a Eva pelo fim do Paraíso e todos os males da humanidade; continuamos queimando, mesmo que metaforicamente, as bruxas...
Enfim, comemoremos o Nosso Dia sem esquecer tudo o que caminhamos mas lembrando tudo que ainda falta pra caminhar, pois, se por um lado o 8 de março é um ícone do feminismo e suas conquistas; por outro, revela como a cultura machista/"masculinista" ainda impera no mundo contemporâneo.
Afinal, nosso dia, como de todo mundo, é todo dia. E isto é sempre motivo para celebrar.
Nestes cem anos lutamos por igualdade. Igualdade de direitos, igualdade de pensamentos, igualdade de oportunidades. E depois de muitos sutiãs queimados, muitas vozes silenciadas, muitos corpos espancados conseguimos votar, estudar, trabalhar, falar, gritar, dançar, transar, enfim, sermos quem queríamos ser. Encurtamos as saias, cortamos os cabelos, vestimos as calças, saímos de casa, pegamos os cigarros, dirigimos nossos carros tudo igualzinho a eles, os modelos da dinâmica da vida moderna – os homens. Sim, nos igualamos (ou quase), até nas doenças cardíacas, antes reservadas somente a eles, como revelou o censo da saúde da mulher deste ano. Mas, então, o que falta?
Parece que agora, cem anos depois, precisamos traçar o caminho exatamente inverso: nossa diferença. E isto não se resume a ter um dia, entre os trezentos e sessenta e cinco restantes, dedicado a nós. O Dia é um ótimo motivo para se comemorar e relembrar nossas conquistas até aqui, mas é também para irmos além, para botarmos lenha na fogueira e fomentar a discussão acerca do papel da mulher e do feminino na sociedade. Não pela igualdade em pé de guerra com os homens, mas exatamente pela nossa alteridade, pela nossa identidade e diferença. Antes buscamos o direito de ser quem queríamos ser. Hoje buscamos o direito de ser quem somos.
Não somos iguais em essência ou existência, não somos iguais fisiológica nem culturalmente. A mulher que opta por ser mãe, por exemplo, deveria poder amamentar seu filho exclusivamente até os 6 meses com tranqüilidade, sem prejuízo de seu salário ou emprego. Mas o que se vê, na maioria dos casos, é uma licença maternidade de 4 meses e mães que acabam substituindo o leite materno pelo leite artificial por conta de um mercado de trabalho que não atende a sua necessidade de mãe/mulher. É bom lembrar também que a lei ampara as mulheres contra a violência sofrida tem somente 4 anos desde que foi criada e ainda é alvo de deboche para aqueles que acham que “ela fez por merecer” ou “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Continuamos, em pleno século XXI, culpando a Eva pelo fim do Paraíso e todos os males da humanidade; continuamos queimando, mesmo que metaforicamente, as bruxas...
Enfim, comemoremos o Nosso Dia sem esquecer tudo o que caminhamos mas lembrando tudo que ainda falta pra caminhar, pois, se por um lado o 8 de março é um ícone do feminismo e suas conquistas; por outro, revela como a cultura machista/"masculinista" ainda impera no mundo contemporâneo.
Afinal, nosso dia, como de todo mundo, é todo dia. E isto é sempre motivo para celebrar.
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