A representação da mulher nas cantigas de capoeira

A representação da mulher nas cantigas de capoeira foi o tema de discussão do nosso encontro de maio, na casa da angoleira Tereza.
O encontro rebdeu muitos frutos e trocas e em breve atualizaremos o blog com o resumo.
Aguardem!

Semente que dá flor - ladainha

Sou fruto que dá semente, o iá, iá,
Sou semente que dá flor
Capoeira de Angola é semente que plantou
Plantou vida além do tempo, o iá, iá,
Plantou força além da dor
Sou mulher, eu sou guerreira
Minha luta, a capoeira
Liberdade é um movimento
É Angola, é fundamento, camará
Salve a mulhe!

Criada por Aninha, em 2007.

O Dia Internacional da Mulher - por Kate Paiva

O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, comemora este ano aproximadamente um século, desde as primeiras idéias de sua instauração. Muitas são as razões e fatos históricos que inspiraram a criação do dia, tanto no oriente como no ocidente, ligados aos maus tratos às mulheres, especialmente, trabalhadoras. Daí pra cá muita coisa mudou ou nem tanto...
Nestes cem anos lutamos por igualdade. Igualdade de direitos, igualdade de pensamentos, igualdade de oportunidades. E depois de muitos sutiãs queimados, muitas vozes silenciadas, muitos corpos espancados conseguimos votar, estudar, trabalhar, falar, gritar, dançar, transar, enfim, sermos quem queríamos ser. Encurtamos as saias, cortamos os cabelos, vestimos as calças, saímos de casa, pegamos os cigarros, dirigimos nossos carros tudo igualzinho a eles, os modelos da dinâmica da vida moderna – os homens. Sim, nos igualamos (ou quase), até nas doenças cardíacas, antes reservadas somente a eles, como revelou o censo da saúde da mulher deste ano. Mas, então, o que falta?
Parece que agora, cem anos depois, precisamos traçar o caminho exatamente inverso: nossa diferença. E isto não se resume a ter um dia, entre os trezentos e sessenta e cinco restantes, dedicado a nós. O Dia é um ótimo motivo para se comemorar e relembrar nossas conquistas até aqui, mas é também para irmos além, para botarmos lenha na fogueira e fomentar a discussão acerca do papel da mulher e do feminino na sociedade. Não pela igualdade em pé de guerra com os homens, mas exatamente pela nossa alteridade, pela nossa identidade e diferença. Antes buscamos o direito de ser quem queríamos ser. Hoje buscamos o direito de ser quem somos.
Não somos iguais em essência ou existência, não somos iguais fisiológica nem culturalmente. A mulher que opta por ser mãe, por exemplo, deveria poder amamentar seu filho exclusivamente até os 6 meses com tranqüilidade, sem prejuízo de seu salário ou emprego. Mas o que se vê, na maioria dos casos, é uma licença maternidade de 4 meses e mães que acabam substituindo o leite materno pelo leite artificial por conta de um mercado de trabalho que não atende a sua necessidade de mãe/mulher. É bom lembrar também que a lei ampara as mulheres contra a violência sofrida tem somente 4 anos desde que foi criada e ainda é alvo de deboche para aqueles que acham que “ela fez por merecer” ou “em briga de marido e mulher não se mete a colher”. Continuamos, em pleno século XXI, culpando a Eva pelo fim do Paraíso e todos os males da humanidade; continuamos queimando, mesmo que metaforicamente, as bruxas...
Enfim, comemoremos o Nosso Dia sem esquecer tudo o que caminhamos mas lembrando tudo que ainda falta pra caminhar, pois, se por um lado o 8 de março é um ícone do feminismo e suas conquistas; por outro, revela como a cultura machista/"masculinista" ainda impera no mundo contemporâneo.
Afinal, nosso dia, como de todo mundo, é todo dia. E isto é sempre motivo para celebrar.

Caminhada pelo parto natural - 21.06.09
















folder distribuído na caminhada


No dia 21 de junho, num lindo domingo de sol do inverno carioca, cerca de 500 pessoas realizaram uma "marcha" apoiando a reabertura da Casa de Parto David Capistrano Filho, em Realengo - que é uma unidade da prefeitura e atende gestantes do bairro e redondezas.
A Casa de Parto é um modelo de sucesso no atendimento de partos humanizados, onde as mulheres são protagonistas de seus partos e tem excelente atendimento.
Há algumas semanas, a CP foi fechada pela Vigilância Sanitária sem argumentos relevantes, já que a unidade encontrava-se atendendo as normas estabelecidas pelo Ministério da Saúde.

Dois dias após a "marcha", a Casa foi definitivamente reaberta e já encontra-se atendendo gestantes e bebês da comunidade.
As Angoleiras do Rio participaram do evento com uma linda "orquestra" e finalizaram com uma roda, onde duas gestantes do coletivo (Kate e Lilie) fizeram um jogo emocionante, ao som de corridos e ladainhas que falavam de mãe, mulher, crianças. Tocamos também para uma gestante dançarina do ventre.

Apoiamos o evento principalmente porque conhecemos o sério trabalho desenvolvido na casa. Uma das integrantes do coletivo teve sua filha no local em 2006 e outras duas integrantes participaram desse parto. Este ano a angoleira Kate também inciou seu pré-natal na casa.


Para saber mais sobre o assunto, visite: http://www.partodoprincipio.com.br/

Roda no Espaço Cultural Cedim - 18/03/09


As Angoleiras do Rio realizaram uma roda no Espaço Cultural Cedim, no dia 18 de março, às 18h30.
A roda fez parte da programação de celebração à luta homenageada no dia 08 de março, o Dia Internacional da Mulher.

O Conselho Estadual dos Direitos da Mulher – CEDIM/RJ é um órgão de assessoramento na implementação de políticas públicas, vinculado à Subsecretaria de Defesa e Promoção de Direitos Humanos, da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos.

Para chegar: Rua Camerino, 51Centro - RJ Telefone: 2299-2004

Angoleiras com Milton Guran e amigos

Abertura da exposição Refluxo da Diáspora

No dia 09 de agosto de 2008, realizamos uma roda, a convite do fotógrafo Milton Guran, na abertura de sua exposição - "Refluxo da Diáspora" - no Centro Cultural José Bonifácio.
A mostra, que retrata as comunidades Agudá e Tabom, da África Ocidental, é resultado de um trabalho de pesquisa e de documentação feito a partir de 1994 na República do Benim e em Gana que trata da saga dos libertos no Brasil que voltaram para a África no século XIX (antes da abolição da escravatura) e lá construíram uma nova identidade social baseada na cultura adquirida no Brasil.
A roda foi teve um axé muito especial e contou com a presença de amigos e convidados de diversos grupos.


jogo de Ludmilla e Flavinha na roda do "Refluxo"